Porque hoje é Sexta-Feira
O Sr. Silva andava de um lado para o outro, como uma fera enjaulada.
- Que horas são isto? Ela que não há maneira de chegar e é quase noite.
Neste dia a Sócretina tinha adiado a visita ao Palácio para mais tarde. Num bilhete que enviou afirmava: Desculpa lá Anibalzinho, mas amanhã vou ter um dia muito ocupado, mas passo por ai mais para o fim da tarde.
A Maria que entretanto ia lavando um vidro da janela, abanava a cabeça disse:- Hoje andas que parece doido desde a manhã. Tem calma que ela já chega.
Vocês dois deviam era ter vergonha de serem unha com carne em tudo e em todo o lado. O que as pessoas devem pensar de vocês.
Nesse momento, quando o Sr. Silva lhe ia responder, toca a campainha e ele lança-se pelo corredor fora em passo apressado.
Abriu a porta e lá estava ela, toda rosa, toda afogueada de ter subido as escadarias a correr.- Sócretina, finalmente chegaste.
- Oh Aníbal, nem sabes o dia que tive hoje. Tanta coisa para fazer que não parei um minuto - respondeu a Sócretina.Sem a deixar entrar em casa, o Sr. Silva pegou-lhe no braço e dirigiram-se para o jardim.
- Mas afinal que andaste tu a afazer todo o dia? – Perguntou-lhe.
- Nem queiras saber. Com aquela merda de me andarem agora a chatear por causa do diploma de engenharia, tive de andar a por tudo certinho. O Gago telefonou-me aflito, a dizer que não ia ser pelos seus lindos olhos que a UNI não ia rebentar a bomba. Lá tive eu de ir à Universidade, mascarada de inspector, para sacar de lá o meu processo, não fossem encontrar mais alguma coisa. Só ai, perdi montes de tempo porque, como nunca lá tinha ido, perdi-me no caminho. Depois queimar meia dúzia de diplomas que tinha para lá. Era uma confusão e já nem sabia qual era o último que tinha mostrado na televisão. Aquilo estava tudo com notas e datas diferentes.
À hora do almoço ainda tive de telefonar ao Arouca para o avisar que lhe ia mandar mais dois ou três trabalhos de Inglês e para ele não se esquecer de os assinar com a data da altura.
Já tenho os meus assessores a faze-los.
- Mas Sócretina, tu devias mesmo tirar o curso. Podias aproveitar aquela coisa que agora há aí. As novas oportunidades.
- Depois ainda chumbada e então é que ia ser uma barrigada de riso do povinho. Nem pensar. Só se pedisse ao Vara que me escolhesse uns professores fixes que aceitassem os testes por fax.
- Já não andas farta disso de ser Sra. Engenheira? Não preferes ir lá para dentro para me fazeres uns projectos de resistência de materiais? – Disse ele com um brilhozinho nos
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sexta-feira, abril 20, 2007
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